Furacão Ilabaca

"Explica isso direito. O cara parou de costas na torre de 4m e mandou um backflip + precision pra torre de 3m com um vão de 2,5m?!?!"



(Gustavo Yue, João Flávio, Daniel Ilabaca, eu e Diogo Granato)

No último fim de semana, os Pkmax-ianos Arthur, João Flávio, Mestre Conrad e eu, fomos até São Paulo, para o evento de São José dos Campos, mais uma boa oportunidade para rever as amizades que temos em outras cidades. Tenho duas observações sobre essas ocasiões:

01) São tantos destes desde outubro passado, que nem dá tempo de ter saudades das pessoas :)
02) Não tenho saudades e também não tenho mais dinheiro :(

Além destes, o motivo genuíno de nossa ida foi conhecer os ingleses e principalmente o francês que, fora de meu conhecimento, estava machucado, infelizmente. São eles: Chase Armitage, Chris e Daniel Ilabaca e Johann Vigroux. Eu não imaginava que assistiria esses caras em ação tão cedo e muito menos que ficaria tão surpreso e impressionado com suas habilidades.

Na sexta feira, 25, recebemos os caras no escadão, quintal da Gominha. Esse primeiro contato já foi suficiente para perceber a distância técnica dos caras comparada ao nosso nível. Não digo isso para desmerecer nossas características, e nem eles demonstrariam isso, até mesmo por que eles são muito humildes e simpáticos. Mas quando eles movimentam-se, uma aura diferente salta os olhos. Essa descrição é bem subjetiva, eu sei, mas é isso mesmo. Os caras são diferentes.

Nós precisavámos deste contato nesse momento. Acho que só a visita deles foi suficiente para causar um impacto nos treinos de praticantes que estão num estágio intermediário e precisavam de uma confirmação de que estamos no caminho certo. O Daniel Ilabaca tinha um monte de frases de efeito na manga e que, se fossem ditas por algum pseudo-praticante, poderiam parecer filosofia enlatada. Mas não da maneira que ele dizia. Ele reafirmou valores e constatações próprias de experiência prática, muitas das quais pareciam óbvias depois de ditas, tais como: "acredite e você consegue", mas com um aperto de mão você passa a acreditar.

Eu ainda não tenho capacidade de digitar um texto sobre minha percepção dos fatos, de forma que quem leia perceba exatamente do que refiro-me, então vou abster-me. Esse é o tipo de sentimento que apenas quem viveu pode saber do que se trata. Não estou colocando-me em cima de qualquer tipo de pedestal, longe disso, apenas não conseguiria transparecer-me fielmente em textos. Além do mais, preciso refletir mais sobre essa experiência.

Analisando menos abstratamente, é perceptível uma diferença no estilo desses freerunners, Daniel e Chase. Todos dois tiveram contato com ginástica olímpica e artes marciais desde pequenos e posteriormente Parkour e Freerun.

Chase é um praticante mais bruto, demonstra mais força que graciosidade, acho que ele está mais próximo do estilo dos praticantes brasileiros. Claro que estou descrevendo sobre o Parkour que ele pratica, eu não sei avaliar seu perfil ginasta, e nem tenho muito interesse. Assim como os praticantes brasileiros mais empenhados, Chase executa o movimento tecnicamente, por que possui muita força e consciência corporal.

Já o Daniel Ilabaca apresenta uma qualidade totalmente diferente. Além de executar os desafios tecnicamente e sem o mínimo ruído, ele fazia as coisas mais absurdas com plasticidade e leveza descomunal. Vendo suas imagens por vídeos não é possível avaliar a velocidade e perfeição presenciadas ao vivo. É espantoso. Fora a criatividade e disposição, os dois são incansáveis.

Eu não poderia estar mais satisfeito com essa viagem. Só acho que esse fim de semana passou rápido demais, nem tive muito tempo para conversar com os amigos de Brasília, mas também aposto que eles não estão reclamando, rs.

Também estou bastante feliz com a resposta ao vídeo, dois dias de exibição e mais de 3.000 visitas. Obrigado pelo apoio.

Essa foi minha opinião sobre a viagem, abaixo é possível assistir meu ponto de vista.

Divirtam-se,

Rachacuca.