Parkour, Cinema e Grindcore!
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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Relatório sobre Oficina do Thomas



Uma das tarefas de conclusão da segunda fase do Projeto Parcours era escrever um relatório para a comissão do Prêmio Funarte. Achei interessante postar aqui o texto que mandei para eles. Uma análise sobre a prática e a oficina. Boa leitura.

"Lisses é o berço do Parkour e também é considerada a Meca pelos traceurs do mundo, visitada freqüentemente por praticantes que buscam um contato mais forte com o verdadeiro espírito da disciplina.

E a primeira pessoa do mundo a fazer “a peregrinação” foi Thomas Couetdic, morador de Tours, uma pequena cidade a 200 km de Lisses. Isso foi em 2001, logo após a primeira grande divulgação de Parkour na Europa, uma matéria com David Belle para o canal de TV TF1. Thomas foi de trem de uma cidade a outra, ele tinha 17 anos, dois anos a mais que David Belle, quando este resolveu dedicar-se à disciplina. Inclusive, essa foi a primeira viagem de Thomas para fora de casa. Mais um ponto positivo para o Parkour, que foi capaz de incentivá-lo a encarar novos desafios. Aos 16, Thomas era apenas um entusiasta, com limitado histórico de práticas esportivas, e hoje, aos 23, ele é um ícone mundial, inspirando vários iniciantes e iniciados devido sua habilidade, postura e caráter.

Um panorama geral de Lisses. O Período em que Thomas realizava suas primeiras visitas a Lisses, é considerado o início do fim da época de ouro dos treinamentos de David Belle e seu grupo naquele momento, os Original Traceurs. Nas ruas identificava-se “Os caras grandes”, “The big guys”: David Belle, Kazuma, Stephane Vigroux e outros. E “Os muleques”, “The small guys”: Johann Vigroux, Seb Guodot e Mike. Foi com esses prodígios que Thomas iniciou seus ensinamentos em Lisses.

O contato com o Parkour puro foi de extrema valia para compreender a habilidade dos franceses. O treinamento e condicionamento físico são muito intensos. Inicialmente, as qualidades físicas do praticante deve sobressair a técnica. É necessário tornar-se bem forte para agüentar os impactos que acompanham os movimentos. Num segundo momento, instala-se um equilíbrio entre os pilares da prática: força, mente, espírito e disciplina. Foi esse equilíbrio que experimentamos na oficina. O longo treino físico diário foi severo, mas inspirador. Analisando novamente os movimentos e comportamento dos traceurs originais, percebe-se como essas provações são valorizadas. Se tomarmos como verdade o dito, “para criar arte, deve-se sofrer”, então todos os participantes terminaram essa jornada como grandes artistas, orgulhosamente.

A relação desse trabalho com o desenvolvimento de uma linguagem desses movimentos para a cena é essencial. Ao aprender a origem da atividade, é possível entender a criação de cada movimento, e a intenção anterior a cada proposta. Criava-se arte, mesmo sem o discurso artístico."

Bons treinos,

Rachacuca.

2 Impressões:

Arteba disse...

Foi realmente uma experiência muito boa...daquelas que não se esquece nucna mais.

Pedro Santigas disse...

Me recordo muito bem dos momentos de dor hehe Belo relatório meu amigo.
abraços